Ciúmes, ciúmes de você...

Como já citei aqui, tenho uma enteada de 3 aninhos. Ela é uma fofa, mas é muito ciumenta.

É ciumenta pacas, do tipo, "o papai é meu", "a Lu é minha", '' mamãe é minha'', enfim, uma versão mini de Lady Kate (''é tudo meu!!!'').

Daí que agora vem uma irmãzinha a caminho e nada mudou. No início (meu marido contou bem no início, eu queria esperar a barriga crescer um pouco) ela olhava de rabo de olho toda a vez que Ricardo colocava a mão na barriga e não gostava de falar de irmaõzinho ou irmãzinha. Claro que fomos trabalhando isso, conversando, dando tempo ao tempo e ela está se acostumando. Mas, é tudo dela.

Todos os brinquedos que eu tinha guardado, na sua maioria bichos de pelúcia (guardei os que tinham valor sentimental) passaram a ser dela aqui em casa. E como não planejávamos um bebê por agora, tudo o que fazíamos era para ela, compravamos para ela e tals.

Agora, vem aí um bebê. Acreditávamos que teríamos um menininho, até que o ultrassom mostrou uma menininha. E então me dei conta que isso só pioraria o ciúmes da minha enteada. Uma menina vai dividir com ela todas as atenções por igual, enquanto se fosse um menino, os brinquedos, as roupas, tudo seria ao menos diferente. Quer dizer, nada de vestidos, que ela pode usar também (em tamanho diferente, mas pode), nada de bonecas que elas terão que dividir e etc.

Vamos considerar também que ela era filha-única-de-pais-separados-criada-por-vó. Será que isso explica muito??? É que todo mundo ao redor dela queria (e quer ainda) compensar pelos pais não estarem juntos, pela situação não ser igual a das outras crianças... Então, o mimo e a atenção 24 horas ''rolam solto''!

E este final de semana a Lilice estava em nossa casa. E tirei um ursinho bege que a Antônia ganhou de dentro do saquinho de presentes para ver a montagem (ainda estou nessa licensa terrível e nesse tempo me ocupei com artesanato) e o coloquei em uma das prateleiras do closet.

Eis que a Lilice entra no closet, vê o ursinho e (lógico) diz: "Que lindo!!! Me dá?''. Expliquei que aquele era da Antônia e que ela tinha um tanto de brinquedo para brincar e que se quisesse podia tirar tudo da caixa e brincar até a hora de dormir. Ela pediu para ver e pegar e é claro que eu deixei. Depois, fui para a cama terminar o ursinho que eu estava fazendo para o bebê de uma amiga e ela sentou do meu lado brincando e chamando atenção para ela (que a atenção também é só dela).

O final de semana terminou, ela voltou para a casa da mãe e nós retomamos nossa vidinha semanal. Eis que ontem, terça, a mãe dela liga. Disse que a menina não pára de falar de um tal ursinho que é da irmãzinha e que ela quer um também, que a Lu está fazendo um boneco para a Antônia e que ela quer que a mãe faça um para ela. E que ela não sabe o que fazer que ela não sabe fazer esse tal boneco e que blábláblábláwiskassachê...

Lógico ululante que meu marido veio me falar que eu tinha que ter dado o urso para a menina e que o boneco agora vai ser dela. Opa!!!! Peraí!!! As crianças tem que aprender a dividir. Ela também! Não que eu não queira dar nada para ela, mas e quando a bebê nascer e as pessoas vierem visitá-la com presentinhos e mimos?? E nos aniversários e Natal?? Vou tirar o presente da mão de uma para agradar a outra??

Argumentei com o Ricardo (ultimamente temos argumentado muito a respeito desse assunto) e chegamos a conclusão que o novo ursinho vai para a Lilice, claro, que eu faço outro para a minha amiga, mas que ele e a mãe da criança devem ensiná-la que tudo tem limites, que outras crianças tem outros brinquedos e que isso não faz dela menos amada.

Gente, é phoda!!!!! Phoda mesmo!!! Com ph!!!!

"Lu, essa irmãzinha aqui também é só minha!!!"