Poxa! Penso em milhões de coisas para postar aqui. O tempo todo, vários assuntos... Chego aqui: não me lembro de nada!!!
Bom, vamos às notícias.
Antônia agora vai a escola. Começou logo em agosto, quando eu supostamente voltaria ao trabalho (já falo sobre isso). Ela sempre vai sorrindo, estica os bracinhos para a tia e fica logo querendo ir para o chão brincar com os coleguinhas. Até ontem ela ficava lá somente meio horário, mas agora é o dia inteiro. Deixei ela hoje e quando disse "Tchau, filha!!! Olha aqui mamãe mandando beijo..." fiquei no vácuo, totalmente ignorada. Não leia isso com dó, pois não fico triste ou sentida. Sei que é por necessidade, sei que se é assim ela está feliz e satisfeita. E a parte boa é que quando chego para buscá-la ela está morta de saudades, ri, abre braços, me abraça, beija, agarra em mim! É muito gostoso. E também é bom porque sei que a deixa mais independente. Antônia estava ficando muito agarrada em mim. Se continuasse ia ser daquelas crianças que não vão com ninguém, estranha a todos e não me deixaria nem mesmo ter um tempinho a sós com o papai, certo?
ObS.: Não estou condenando ninguém que não leva o filho para a escola, quem deixa com a vovó ou babá, quem toma conta do filho e não trabalha. É só um relato da
minha situação. Cada qual com seu cada qual. Cada um sabe onde aperta seu sapato.
E sei que há o tipo da pergunta: mas se você não voltou a trabalhar, porque a Antônia fica na escola?
Eu cheguei a voltar a trabalhar. Paguei a carga horária referente às duas turmas que eu tinha na escola em que trabalhava. Eram 4 horas semanais para receber a enorme quantia de R$300,00!!!! (R$300,00 que recebi por 10 meses, desde a licença forçada por conta da H1N1 até o fim da licença - por isso adquiri uma dívida que sei que demorarei só uns 5 anos para pagar!) Fui, quando acabou minha licença maternidade e as férias, e trabalhei por mais 30 dias para cumprir com o exigido pelo governo que eu não posso ser demitida por um período de 60 dias após o fim da licença. E só faltava a coordenadora (cobra jararaca) me dar a vassoura para eu limpar a escola. Era período de férias e não tinha nada para eu fazer. Mas eu ia, organizava qualquer coisa, coçava o saco num dia, passava mertiolate no outro para poder sarar e eu coçar no dia seguinte. E a cobra inventando o que eu fazer. Um dia me deu umas 30 provas para eu corrigir. Achou que demoraria dois dias e terminei com 30 minutos. Isso porque eu fiz hora, enrolei, tomei cafezinho... aiai.
Até que, no início de agosto, dia 2 ou 3 cheguei para minha coçada semanal e nada. Não me deu nem um nada para eu fazer. EU perguntei e ela toda agitada andando de lá para cá, sem me falar o que fazer. Depois de aguardar uma meia hora tomando uma mínima xícara de café e imaginando que porre seria esse semestre, trabalhando em uma empresa que me deixou mais pobre que nunca, fui a sala dela para que me dissesse o que eu faria. Ela estava disposta a me deixar lá pelas 2 horas a toa, por conta de carga horária. Ela resolveu me dizer então o que era. Não tinha turma para mim esse semestre, ela havia contratado professores de outras unidades, blábláblá-wiskas-sachê, eu estava demitida. No mesmo momento, foi surgindo em meu rosto gordo de mãe um sorriso de satisfação que contive com muito esforço. E no primeiro momento em que ela tomou folêgo eu disse: "Onde é que entrego minha carteira???"
Para que eu não ficasse muito feliz, apareceu a secretária com uma prova de um nível para o qual eu não fui treinada e me disse que eu deveria aplicar a prova. Apliquei rindo, pensando "que se foda, esse aluno vai passar nessa prova!" e fui para a porta da rua, rindo, satisfeita, ligando para Deus e o mundo que me acompanhou na minha saga, dizendo as gargalhadas como uma louca na rua "Fui demitida!!! hahahahahahahah!!!"
Depois disso, fui proibida pelo marido a pisar lá novamente. Recebi o FGTS e estou no seguro desemprego. Rola um processinho na justiça do trabalho, para que eu receba o devido de FGTS pelos alunos que não estavam registrados na carteira que o advogado do sindicato resolveu pedir e eu só aprovei com a cabeça.
Me matriculei no cursinho e começo dia 15 - cortesia de papai. Para nos sustentar, e complementar a renda, marido vai pegar outro emprego e eu estou dando uma aula aqui outra ali por conta própria além da grana que mamis está nos emprestando para pagar assim que der.
Confesso que estou desempregada mas feliz. Sei que tudo vai se resolver a seu tempo.
E para fechar, fotinhas de Antônia que a cada dia está mais linda.
Beijos a todas. Obrigadas pelo carinho!!!
Lu e Antônia